terça-feira, 11 de novembro de 2014

Primavera, feira do livro, leituras, vida que vai






Flores plantadas por meu pai; esta é uma das mais doces
lembranças dele.

A primavera chegou trazendo-nos seu imperdível e inolvidável perfume.  Sensações de bem-estar, alegria, contentamento acompanham esta estação. As chuvas vêm junto, e, para os estados do Brasil que enfrentam uma das maiores secas da história, ela é benéfica.  E para todos nós, embora eu não goste de dias nublados, chuvosos e neblinosos.
Aqui na minha cidade, em novembro tem a feira do livro, como já comentei ano passado.  é uma feirinha pequena; mas pudemos fazer a cesta.  Minha filha e eu fomos no sábado à tarde em busca de alegria para nossos olhos e mentes.
Já providenciei os livrinhos que são complemento dos presentes de Natal dos meus netinhos.  Eles aguardam com ansiedade.  Meu neto mais velho puxou à avó: adora ler.  E está muito feliz pois está aprendendo a letra cursiva, na escola.  E adora escrever... puxou, mais uma vez, à avó. 
 Mesmo sem leitores que se manifestem - incrível que vejo pessoas do mundo inteiro que lêem meu blog-, mas nenhum deixa uma mensagem pra mim.
Ei, você aí que me lê, posso dizer oi, e perguntar se gosta do que escrevo e por que me lê?
Curioso: tenho leitores nos EUA, na Alemanha, França, China, Paraguai, Argentina, Portugal e outros países, mas eles nunca me dizem se gostam do que lêem e por que razão o fazem.  São brasileiros fora do Brasil?  Me diga- oi!


LEITURAS QUE ME AGUARDAM

Voltando às minhas leitura, ao par da vida que segue, como diz um jornalista brasileiro, li os seguintes livros:
Um cartão de Paris, crônicas de Rubem Braga, publicado em 1997. Aqui Rubem manteve sua característica de um dos melhores cronistas brasileiros de sua época, escrevendo e descrevendo o Brasil.
E o romance, que achei meio catatônico, não entendi muito bem, Os cadernos de Malte Laurids Brigge, de Rainer Maria Rilke.
Sobre este, considerei uma linguagem muito legal, uma prosa gostosa, grandes achados poéticos, pensamentos que achei 'estalos', a personagem central me pareceu fora do eixo, mas alguns trechos que gostei, citarei:
Sobre o medo: "Isso acontecia porque eu ainda não sabia ter medo".
Vida: " O tempo passou e nos acostumamos a coisas menores."
Um preciosista estava morrendo, e uma enfermeira falou uma palavra errada:
"Então Arvers adiou a morte. Pareceu-lhe necessário esclarecer isso primeiro.  Ele ficou inteiramente lúcido e lhe explicou que se dizia "corredor".  Então morreu.  Era um poeta e detestava a imprecisão; ou talvez lhe importasse somente a verdade; ou lhe incomodava levar como última impressão o fato de o mundo seguir adiante com tanto desleixo."
Leituras: "De algum modo, pressenti naquela época o que mais tarde senti tantas vezes: que não temos o direito de abrir um livro se não nos comprometemos a ler todos. A cada linha tirávamos um pecado do mundo."
Vida: "Deve ter sido numa dessas manhãs, tais como as há em julho; horas novas, descansadas, em que por toda parte acontece alguma coisa alegre e irrefletida.  De milhões de pequenos movimentos irreprimíveis forma-se um mosaico da mais convincente existência; as coisas se agitam, passando umas por dentro das outras e lançando-se na atmosfera, e o seu frescor torna as sombras claras e dá ao sol um brilho leve e espiritual.  Não há no jardim uma coisa principal; tudo está em toda parte e teríamos de estar em tudo para não perder nada."
"A própria vida, porém, é difícil por sua simplicidade.  Ela possui apenas algumas coisas de um tamanho que não é adequado para nós."
"E o mundo é organizado de tal forma que há pessoas que passam a sua vida inteira durante a pausa em que ele, mais silencioso do que tudo que se move, avança como um ponteiro, como a sombra de um ponteiro, como o tempo."
Mulheres, amor: "As mulheres que são amadas vivem mal e em perigo.  Ah, se superassem a si mesmas e se tornassem mulheres que amam!  Em volta das mulheres que amam há apenas certezas."


Vale a pena a leitura!