quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

EU MEREÇO UM PRÊMIO!

 


 

 

 

 

 

 



50 ANOS DE CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO, SEM NENHUM ENVOLVIMENTO EM ACIDENTE!

 

Hoje está vencendo minha carteira nacional de habilitação e fui até o Departamento de Trânsito para renová-la, há alguns dias.

Como mudei de estado e cidade, tive que pagar uma taxa a mais para transferir de um estado para outro.  Burocracias...

Então estava analisando minha CNH vencendo e constatei, admirada, que este ano completei 50 anos de motorista.  É muito tempo!

Minha primeira habilitação data de 04 de setembro de 1974.

Eu tinha 19 anos.  Trabalhava 8 horas por dia, fazia faculdade à noite, e as aulas de direção eram no sábado de manhã.

Meu instrutor era um Bombeiro, que também era professor de direção na primeira auto escola de Ijuí.  Ele teve muita paciência para ensinar esta aluna medrosa... Aprendi a dirigir num fusquinha branco, e meu maior medo era voltar para trás nas muitas subidas de Ijuí.  E arrancar na subida fazia parte do teste de direção, tinha que saber conduzir o acelerador e a embreagem juntos, para o carro não voltar! Fiquei craque nisso.

Meu segundo maior medo era fazer a baliza.  Esta parte demorei a aprender, o carro não me obedecia, eu queria ir para um lado e o carro ia para o outro...mas aprendi a  estacionar perfeitamente em qualquer buraco.

Meu pai tinha uma camionete Rural Willys azul e branca.  Nela dirigi muitos anos, fui para a faculdade, e, às vezes, o pai autorizava sair dar uma volta com as amigas e as primas, desde que pusesse gasolina.

Anos depois, meu marido e eu fomos comprando e trocando vários tipos de carro: começamos com o fusca bordeau, corcel II azul clarinho, vários chevettes, monza e muitos outros. Depois que ganhei uma indenização trabalhista, matei a vontade de ter um carro grande: um fusion, que mais parecia um avião, com computador a bordo e muita tecnologia; mas, infelizmente, tive que vender. 

Porém o que mais me ajudou no fato de dirigir durante 50 anos sem nenhum acidente, foi o fato de aprender com meu marido a dirigir na estrada.  Logo que casamos ele me disse que eu precisava aprender a dirigir na estrada, que só na cidade é uma coisa, e na estrada é outra.  Como ele viajava muito, sabia todos os macetes para não envolver-se em acidentes: manter a calma, não tirar o olho e a atenção da estrada em nenhum momento, deixar um espaço entre nosso carro e o que está à frente; dar uma espiadela no espelho retrovisor sempre que for fazer qualquer manobra, principalmente em ultrapassagens.  Conhecer bem o carro e saber se, numa ultrapassagem, o motor aguenta chegar na velocidade necessária e calcular o tempo necessário.  Só fazê-lo em segurança.  É melhor ficar atrás de um caminhão por um tempo longo, do que tentar uma ultrapassagem perigosa e acabar morrendo.  E que o importante numa viagem, é chegar – de preferência vivo.  E cuidar os loucos, que estão soltos e fazem loucuras no trânsito.

Nunca beber e dirigir.

Como moramos em várias cidades do Rio Grande do Sul, e depois no Paraná, em Londrina e região, viajávamos muito.

Sempre dividíamos a direção, eu pegava para ele poder descansar, pois ele tinha mais resistência e dirigia uma quilometragem maior que a minha.

Dirigimos em parceria pelo Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Creio que o governo deveria instituir um prêmio para motoristas cuidadosos, mostrar como exemplos, mostrar para os mais novos como se faz para chegar a 50 anos sem acidentes, sem tristezas e mortes.

Ainda bem que as seguradoras já descobriram que as mulheres dirigem otimamente  bem e o nosso seguro é mais barato.

Um brinde! Saúde!