segunda-feira, 29 de maio de 2017

Mulheres que me influenciaram - parte I - Senhora Einstein








A par das mulheres (e homens) que fizeram ou fazem parte da minha vida, há as pessoas importantes, influentes, famosas por sua profissão, posição social ou política mas, principalmente, as mulheres que considero inteligentes, intrépidas, à frente de seu momento de vida, que não baixaram sua cabeça nem se submeteram à condição subalterna que tanto homens quanto mulheres, pelo pensamento e/ou período da história, sempre quiseram impor às mulheres.
Em minha adolescência meu pai comprou um livro  com a biografias de pessoas importantes para a História Mundial.  Comentá-lo-ei em próximo post, visto que  se encontra na casa de minha mãe.  Naquela época, naquele livro, chamou minha atenção Marie Curie, a cientista polonesa que descobriu o rádio.  Na minha inocência ou ignorância, fiquei confusa.  Não tinha sido outro quem descobriu o rádio? Fiquei na dúvida entre Thomas Edison, Hertz e o padre Landel de Moura.
Depois descobri que era outro rádio,  a radioatividade.
Hoje, entretanto, tenho em mãos uma biografia romanceada, escrita por Marie Benedict, "Senhora Einstein, a história de amor por trás da Teoria da Relatividade".

Com base em todas as informações a que teve acesso, a autora reescreveu a história de Mileva "Mitza" Maric Einstein, a primeira mulher de Einstein.
Nascida no interior da Sérvia, a menina com um problema de nascença em uma perna, que a tornara manca, fora incentivada pelo pai a estudar, como a única alternativa que teria na vida, uma vez que era praticamente impossível que arrumasse marido.
Fez seus estudos preliminares na cidade natal, destacando-se na Matemática. Posteriormente, conseguiu uma vaga na Universidade Politécnica Federal Suíça, onde matriculou-se no programa de Física e Matemática, sendo a quinta mulher a integrar a Section Six.  Para os parâmetros da época, uma insolência da parte dela. Nesta turma conheceu Albert Einstein, seu colega de classe, com grandes dificuldades em matemática, e mais quatro alunos.  Ela destacou-se por conseguir resolver os problemas complexos que o titular da cadeira propunha, e carregava Einstein e seus colegas nas costas.
Após um período de namoro, que as duas famílias não aceitaram, ela engravida antes do casamento, por pressão, é óbvio, do considerado gênio.  Que não assume a filha, a qual é escondida do mundo, e vem a falecer antes de casarem.
Após o casamento, Einstein a submete a abandonar a carreira; em virtude da prematura gravidez e dos problemas de saúde decorrentes, Mileva não consegue concluir a graduação.  Porém, continua, após as tarefas domésticas a que é submetida pelo marido, a auxiliá-lo nas pesquisas e estudos, tarde da noite.  Ele a humilha publicamente em várias oportunidades, e a obriga a andar atrás dele na rua ou em situações públicas, homenagens, palestras, apresentações,  nunca ao lado. 
Ela formula a teoria da relatividade, ele promete que vai publicar o artigo científico em nome dos dois, mas omite o dela.  Outros estudos que ela faz, novamente ele publica em nome dele. Sua ascensão é meteórica, seus artigos são publicados pelo mundo, as homenagens e convites para palestras se multiplicam, mas Mileva nunca aparece. Apropriação indébita.
Ao final de muitos anos de sofrimento e humilhações, após o nascimento de mais dois filhos, partos dificílimos nos quais ela quase morre, eles acabam separando-se, e ele casa-se com uma prima, que foi sua amante durante muito tempo.
A raiva que dá ler este livro.  Como ela, quantas foram e são humilhadas e enganadas? Milhares, milhões.

Vale a pena a leitura, seja pelas informações científicas, seja para conhecermos aquele que é considerado um gênio da humanidade, e que ganhou o prêmio Nobel pela teoria da relatividade.  Nas condições do divórcio, ficou estabelecido que, se ele ganhasse esse prêmio, entregá-lo-ia a Mileva inteiro, por ser ela a autora. E foi o que aconteceu.

Benedict, Marie. Senhora Einstein: a história de amor por trás da Teoria da Relatividade. Trad. Amanda Moura.- SP:Ed. Gente, 2017, 288p.

domingo, 21 de maio de 2017

Momento delicado, povo brasileiro assustado.







Talvez as pessoas de  outros países que me lêem, não entendam o porquê de andarmos assustados. Resumindo, sobre política, pois esta afeta a vida de todos nós, povo brasileiro, principalmente aqueles que trabalham, são honestos, honrados, e se sentem prejudicados pelos políticos que nos governam:

1. 2014 - Campanha política para eleição do Presidente da República; ficaram para segundo turno Dilma Roussef e Aécio Neves. Comentei sobre isto aqui.
Foi eleita Dilma Roussef, por uma pequena margem de diferença.
Logo em seguida, seu opositor entrou na Justiça, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alegando abuso de poder econômico e poder político, uso da máquina administrativa durante a campanha. O processo está em fase de julgamento.
2. 2015 - Dilma assume seu segundo mandato, e começou a remexer em tudo - economia, educação, direitos trabalhistas e previdenciários, bolsa-família e outros tantos "benefícios" e/ou direitos das pessoas consideradas povo, baixa renda, trabalhadores.  Tudo aquilo que ela mesma, durante a campanha, tinha dito que o opositor ia fazer; mas ela falava que ele ia fazer, pois sabia o resultado de seu mau governo de 2010/2014.  Tudo que, eventualmente, havia sido construído antes, ela foi estragando e derrubando, DESTRUINDO,  um atrás do outro. Uma derrocada. 
Iniciam-se os  encaminhamentos para o processo de impeachment.
3. 2016 - a economia agoniza, inflação e dólar em alta, desemprego, bagunça na política, uns podres acusando outros de podres,  E O POVO TRABALHANDO E SUSTENTANDO TODOS ELES.
Em 31 de agosto de 2016 Dilma Roussef é "apeada" do poder, como dizia minha avó. O processo de impeachment é concluído, OBEDECENDO RIGOROSAMENTE O QUE É DETERMINADO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, e o Vice Presidente, Michel Temer, assume a Presidência da República.
4.  A Lava Jato. Desde março de 2014 se desenrola no país a Operação Lava Jato, promovida pela Polícia Federal, Ministério Público Federal, juntamente com a Justiça Federal de primeira e segundo instância, com Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal. Muitos políticos e megaempresários foram presos. Muitos já foram condenados, muitos têm seus processos em curso nas várias instâncias judiciais e outros estão a caminho.
Sobressaem o trabalho, principalmente, do Juiz Sérgio Moro, a quem cabe os processos em primeira instância, por ser um juiz prevento - aquele a quem os processos são encaminhados, quando não há foro especial em razão da função (foro privilegiado)-, ou seja, o juiz que trata desses processos por ser o que primeiro tratou sobre o assunto, conforme determina a legislação. Mais informações sobre a Lava Jato aqui.
Igualmente do Ministério Público e da Polícia Federal, num trabalho conjunto.
5. 2017 -  Continua a bagunça na política. Continua inflação em alta, desemprego em alta, povo sofrendo e economizando o que não tem.
Políticos e mais políticos, empresários de grande porte são presos, conduzidos para depoimentos; denúncias, escândalos, o povo cada vez mais estupefato, e sem entender como foi movimentado tanto dinheiro, sem que os Tribunais de Contas, a Receita Federal e outros órgãos de controle não viram nada.
E O POVO TRABALHANDO, E SUSTENTANDO TODOS ELES, E SEM CONSEGUIR ENTENDER.
AGORA, POR ESTES DIAS, mais um tsunami político vem atingir em cheio o Presidente em exercício, Michel Temer. Ele, que sempre quis separar sua eleição como vice da chapa Dilma, é denunciado por um megaempresário que, sarcasticamente, aproveitando-se da possibilidade da 'delação premiada', mostra que ele não é o santinho que dizia ser, que rolou muito dinheiro de caixa 2 na sua campanha, e que tentou obstruir a justiça, frear a Lava Jato, para não ser atingido.
NOSSOS IMPOSTOS, PAGOS COM O SUOR DE NOSSO TRABALHO, foram parar nas mãos dos politiqueiros, dos empresários safados; enquanto isto, os adeptos da linha esquerdista nervosa brasileira, lado do Lula/Dilma continuam defendendo seus políticos, como se não tivessem se beneficiado da ladroeira toda; e o outro lado, que alguns consideram a direita, mas que eu considero a esquerda mansa, vêem, com olhos esbugalhados, parecendo aquela personagem do famoso quadro "O grito", que seus políticos, à frente Aécio Neves, também não são santos.  E brigam entre si, ofendem-se mutuamente, ao invés de perceber que TODOS FORAM MANIPULADOS POR TODOS OS LADOS POLÍTICOS, DA EXTREMA ESQUERDA RAIVOSA, À EXTREMA DIREITA MANSA.

Resultado de imagem
"O Grito", de Edvard Munch


O QUE FAZER

Já disse que sou conservadora. 
Como mencionei no post sobre as eleições, que escrevi em 2014, não acredito em políticos há tempos.
Mas também não gosto quando pessoas, de qualquer nível intelectual, dizem que o brasileiro não sabe votar.  Como? Hã? Não sabe votar por quê?
No Brasil o voto é obrigatório; caso não votemos, sofremos várias sanções, e temos que nos justificar.
Os partidos políticos formados depois da ditadura militar, e depois da Constituição Federal de 1988, são os que para nós se apresentam: desde os antigos PMDB, PSDB, PC do B, e vários outros, grandes ou nanicos. Os políticos que se apresentam, são sempre os mesmos, que estão na política, senão eles diretamente, membros de sua família, há mais de 50 anos.  Se os políticos que se apresentam são esses, como alguém dizer que não sabemos votar?  Que diferença faria votar em Dilma ou Aécio, nessa última eleição?  Todos compraram votos, pediram favores, se venderam, e nos venderam?
Alguém sabe me dizer O QUE É "SABER VOTAR"?

1. Na minha modesta opinião, de trabalhadora aposentada, de quem paga todos os seus impostos, cuida de sua família, trabalhou com educação em escolas públicas, veio de família humilde, formou-se trabalhando e estudando, sustentando seus próprios estudos, creio que uma das soluções, que pode parecer simplista, seria não existir a possibilidade de reeleição. Não existir carreira política.  A pessoa se elege para um mandato, executa seu mandato e acabou, dá oportunidade para outras pessoas exercerem a função, não se perpetuando no poder, e não tendo oportunidade de fazer falcatruas. Rodízio.
2. As campanhas políticas devem ser sustentadas pelo próprio candidato.  Não tem dinheiro? Não se candidata.  Isto diminuiria esses escândalos de patrocínio de campanha.  Voltem no tempo, usem o rádio; tem meio mais barato que a internet?  Hoje está tudo tão rápido...E o corpo a corpo, o palanque, o discurso...sempre vai ter quem ouça e acredite...
3. Aceito outras sugestões.  Quem souber mais (não sou filósofa, cientista política ou outra especialidade - apenas uma voz popular), sugira nos comentários.

Concluo dizendo que Aristóteles tinha razão. Um mandato não deve passar de um ano.