quinta-feira, 30 de março de 2023

MAIS TARDE

 



 

 

Mariana sentiu que chegava ao fim.

- “Por que as pessoas se encontram, parecem ter afinidades que depois somem?”

Pensava nisto enquanto terminava de arrumar a pequena e luminosa casa onde morava. Lembrou-se dos primeiros tempos; é bem verdade que a sintonia nunca foi cem por cento. Por exemplo, ela gostava de esportes, ele de leitura, que ela não suportava; ele gostava de cozinhar e ela – não podia nem pensar, preferia pintar seus quadros – que ele não entendia. Ela gostava de dançar e ele preferia ficar em casa dormindo. Mas nas festas, na política e na cama eles fechavam.

Eram muito bons amigos em quase tudo.

Após terminar sua obrigação – que fazia pensando em outras coisas por não gostar – passou para a pequena saleta que chamava de atelier. Olhou para o quadro que pintara ontem, sem vê-lo. Seus pensamentos turbilhonavam. Flashes de várias épocas, de lances diferentes, palavras, olhares; não sabia o que fazer de si. Olhou pela janela e o sol, que irradiava uma claridade etérea, aqueceu seu coração. Um passarinho chilreou na parreira em frente, seu gatinho angorá enroscou-se em sua perna.

-Enquanto as coisas estão acontecendo ao meu redor, eu penso. Será todo mundo assim? Será que Flávio também passa por isso? Nunca transpareceu, parece tão seguro de si, não aparenta ter dúvidas, ansiedades, incertezas... Só se preocupa com coisas práticas... serei somente eu quem vive pensando, ruminando sobre as coisas?

Distraidamente, pegou o pincel e começou a jogar com as cores, lançando à tela imagens disformes. Vermelho, azul, verde, amarelo gritante, preto... seu pensamento estava longe. Da casa do lado, vinha indistintamente – conforme a brisa se agitava – o baticum de um samba de Paulinho da Viola. Num sobressalto, lembrou-se que tinha hora marcada no dentista, que deveria ir ao banco fazer alguns pagamentos; rapidamente, passou pela frente do espelho, ajeitando-se de relance, pegou a chave da moto, colocou a bolsa à tiracolo e saiu. O trânsito, o sol, o cheiro de flor que havia na rua, o próprio fato de fazer algum movimento, bloqueou seus pensamentos. Enquanto aguardava na fila do banco, chocou-se com a lembrança remota de separação; mas, como era sua vez na fila, deixou para mais tarde...








Imagem: https://myloview.com.br/fotomural-mulher-pintor-artista-no-parque-silhueta-pintura-no-904DA8


Década de 80.

A HORA DA AMANTE

 


 

      Naquele tempo os salões de beleza não tinham whatsapp para as clientes marcarem seus horários.  As mulheres ficavam sentadas na sala de espera, e eram atendidas por ordem de chegada.  Às vezes dava briga, pois alguém sempre dizia que tinha chegado primeiro.  Mas a cabeleireira e a pedicure/manicure sempre contornavam a situação.

        Num sábado à tarde fui cedo para o salão.  Tinha um compromisso à noite e devia estar bela, enfeitada.  Meu namorado dizia que não precisava, que eu era linda de qualquer jeito.  Opinião dele... Mas sempre gostei de caprichar, gosto de estar bem arrumada. Me sinto bem.

        Enquanto eu lia um livro – sempre tive um na bolsa, desde a juventude – e aguardava a minha vez, de vez em quando prestava atenção na conversa das mulheres.  Essa era uma tarefa complicada pois todas conversavam ao mesmo tempo, num ruído buliçoso, o que tornava difícil concentrar-me em uma só conversa. Mas chamou-me a atenção duas senhoras, em torno dos quarenta anos (eu tinha vinte), que falavam dos maridos:

Mulher um- Sabe quem descobriu que o marido tinha uma amante?  A fulana!

Mulher dois – Capaz! Verdade?  Ele, que sempre teve a fama de bom marido, bom pai, responsável, sempre muito educado e gentil...

Mulher um – Pois é! Para tu veres como são as coisas!

Mulher dois – E como ela descobriu?

Mulher um – Então... ele sempre cumpriu com os compromissos familiares, um pai presente, um marido exemplar, sempre com a família em todos os horários de refeições, sempre dormiu em casa, estava em festas familiares, aniversários, Natal, sempre com a mulher e os filhos, resolvendo todos os enroscos da casa, super responsável...

Mulher dois – Como ela descobriu? Quando ele traía ela?

Mulher um – Depois do almoço, quando ele saía para o trabalho, sempre desviava para a casa da amante, chegando mais tarde ao trabalho.  O horário era das duas às quatro.  A mulher nunca desconfiaria, pois ele saía para trabalhar.  Como era dono da empresa, ninguém cobrava horário dele.  Para os funcionários falava que ia visitar clientes...

Mulher dois – Ah! Então o horário das amantes é este, das duas às quatro da tarde?

Mulher um – Pelo menos para este homem.  Se os outros fazem assim, não sei.  Mas qualquer um pode usar deste subterfúgio, mulher nenhuma vai desconfiar...

        Fiquei impressionada com a conversa das mulheres, e fiquei pensando sobre o assunto.  Mas minha leitura era mais interessante do que a conversa delas. 

        Era sobre Capitu.

     Embora o tema traição sempre esteja na mente dos seres humanos, tanto no sentido de quem trai ou de quem é traído, em nossos tempos ela não se efetiva somente fisicamente.  Através da internet, dos sites de relacionamento, ou do contato por whatsapp, pode acontecer de as conversas se transformarem em uma traição virtual.

    Do ponto de vista jurídico, já há decisões dos tribunais no sentido de que conversas pela internet, seja por qual tipo de site for, é considerado traição dentro de um relacionamento.  Tanto dentro de um casamento formal, como nos novos tipos de namoro ou união estável.  E pode ter que haver partilha de bens no caso de uma separação.

    Presume-se que, em um relacionamento, haja respeito, lealdade, confiança, amor, vontade de ficar junto.  Caso contrário, melhor terminar com o relacionamento para evitar maiores complicações.

 

 

 





Palmeira das Missões

30/03/2023

segunda-feira, 27 de março de 2023

“A CASA DA PAIXÃO”, DE NÉLIDA PIÑON.

 


 



      Nós, os amantes da leitura, conhecemos Nélida Piñon. Conhecemos seu estilo, sua linguagem, sua forma de nos surpreender, de nos inquietar, de sentir que fomos tocados e mexidos pela sua literatura, pela alma da escritora. Impossível não ter algum tipo de reação, sentimento ou emoção ao ler seus livros.

       Há algum tempo mencionei aqui sobre o último livro dela que tinha lido nas férias que culminaram com o início da pandemia do covid-19; publiquei neste blog um comentário, dia 25 de fevereiro de 2020, sobre “Vozes do deserto”.  Ela é simplesmente fantástica, magnífica!

       “A casa da paixão” foi publicado em 1978, e eu o adquiri algum tempo depois; chega estar meio amarelado.  Li-o, e me lembrava que tinha ficado impressionada com a força, a coragem, a linguagem, os relatos, o vocabulário deste romance que descreve a iniciação amorosa e sexual da personagem principal, Marta.  Mas não lembrava da história em si.

       Logo após o falecimento de Nélida, e os comentários acerca de suas obras, evidenciando este livro, procurei-o em minha pequena biblioteca e retomei a sua leitura. Impressionei-me novamente com a coragem de Nélida ao descrever minuciosamente os sentimentos, as sensações, o ardor, o desejo, o fogo, a paixão, e a plenitude de Marta no anseio de conhecer biblicamente seu homem. E a primeira relação sexual.  É fantástico se levarmos em consideração que, em muitas obras literárias em todos os tempos, quem descrevia as emoções e sensações femininas eram escritores, do ponto de vista masculino.  

    Nélida foi uma desbravadora, neste sentido. Tem que ser muito mulher para isto.  Mulher à mais alta potência.

 

PIÑON, NÉLIDA. A casa da paixão, 3ª edição, RJ, Record, 1978, 120p.

 

 

 

terça-feira, 21 de março de 2023

OUTONO

 


           



Ijuí/RS - foto da autora, proibida reprodução sem autorização.

            

             Transição.             

             Assim vejo a mudança das estações.

            A cada três meses sentimos na pele os efeitos dessa transição.  Ora é o calor que chega, com as chuvas fortes do verão, ora é o frio que bate às nossas portas, seguido do vento minuano e da chuva fina e gelada, no inverno.

            Vejo a primavera como a consequente mudança do inverno para o verão, sendo que as flores e frutos explodem na natureza com sua exuberância, perfume e sabores.

            O outono traz a cor laranja ou avermelhada de diversas espécies vegetais, e a perda das folhas em consequência do processo de renovação da natureza, tão necessário para a concretização das etapas dele decorrentes.

         Às nossas vidas aplicamos, por analogia, o conceito das diversas estações, curiosamente chamado de etapas, ciclos, períodos ou fases.

         São de todos conhecidas as diversas designações para as nossas estações: primavera para a infância e juventude; verão para a vida dos adultos jovens; outono para a meia-idade e inverno para a velhice.

                Todos os ciclos são necessários, tanto para as plantas, quanto para os animais e pessoas.

               Contudo, para que não se percam os efeitos dessas etapas, necessário se faz que não desapareça a cor da nossa vida, o calor dos afetos, o perfume do carinho e o frio que tudo conserva, seja com um vento forte e arroubos da paixão pela vida, ou a brisa suave que transporta o pólen da fé, da esperança e do amor.

 






Lorení

Palmeira das Missões/RS

21/03/2023.

domingo, 19 de março de 2023

NOBEL DE LITERATURA 2022: ANNIE ERNAUX – O ACONTECIMENTO





         Sempre que possível, procuro ler pelo menos um livro dos ganhadores do Prêmio Nobel de Literatura. Isto se torna uma tarefa um pouco difícil para mim, pois moro longe dos grandes centros, e, a maioria dos livros, tenho que encomendar pela internet.
         Mas, desta vez, não só no interior não consegui encontrar algum livro desta autora. Em Joinville/SC, uma cidade de porte médio, considerada a maior de Santa Catarina, também estava difícil. Eu passeava por lá. Precisei passar por duas ou três livrarias, e o único exemplar que encontrei foi este: O acontecimento.
    
         Quem é Annie Ernaux?
    
         De acordo com as orelhas do livro, “Annie Ernaux nasceu em 1940, em Lillebone, na França. Estudou na universidade de Rouen e foi professora do Centre National d’Enseignement par Correspondance por mais de trinta anos. Seus livros são considerados clássicos modernos na França. Em 2022, Ernaux recebeu o prêmio Nobel de Literatura pelo conjunto de sua obra.” 

O ACONTECIMENTO 

        Neste livro a autora relata o que aconteceu com ela quando tinha 23 anos e era estudante universitária, e acontece com muitas moças na juventude: engravidou do namorado, no meio do curso que fazia. Obviamente, como uma grande maioria de homens faz ao redor do mundo, ele não assumiu o filho e disse para ela se virar. 
         Na época, 1963, era proibido abortar na França, como na grande maioria dos países. A lei era severa com mulheres que “cometiam” o aborto, e os médicos também eram penalizados. 
        Annie relata todo o seu sofrimento, toda a peregrinação em busca de uma solução para o seu problema. Não podia contar para sua família, o que causaria um escândalo. 
        Numa linguagem compreensível facilmente, direta e uma narrativa dinâmica, expõe suas peripécias em busca de médicos, farmácias, conversas com amigos e amigas, até encontrar uma fazedora de anjos que a ajuda.
         Traumatizada com a situação a que foi lançada por seu comportamento e do namorado – inconsequente, porém, numa época que os anticoncepcionais ainda não eram largamente usados – enfrentou sozinha a situação, o aborto, a hemorragia e o atendimento que teve que receber num hospital. 
        Como ela, milhões de mulheres, no mundo inteiro, enfrentam sozinhas um aborto clandestino, uma gestação não planejada e a condenação da sociedade. A mesma sociedade que não lembra que uma criança não se faz sozinha, nem a mulher não consegue autogestação: precisa da participação de um homem. Seja pessoalmente ou, atualmente, com doação de esperma para inseminação artificial. Mas, aí, já é uma outra situação. 
        Elas são condenadas sempre, eles absolvidos eternamente. Pela omissão, descompromisso, vaidade, pela não assunção de responsabilidades ou pela sociedade.
         Vale a leitura. 


 ERNAUX, ANNIE. O acontecimento; tradução Isadora de Araújo Pontes.-1ª ed- São Paulo: Fósforo, 2022.74 p.

sábado, 18 de março de 2023

INTENSIDADE



Quadro no Hotel Ritter, Porto Alegre. De Marcio




 Ocorreu, num repente,

O despertar do adormecido.


Foi acesa uma faísca

Vinda da brasa entorpecida

Que escondida se encontrava

No meio das cinzas da existência.

Uma gatinha

Delicada

Sensível

Intensa em suas brincadeiras,

Assustou-se com as labaredas.


E, a bulir com ela,

Um gatinho malandro,

Tremendo cara-de-pau

Com ela brincava

Alegrando sua vida.





19/2/23

Navegantes/SC

domingo, 12 de março de 2023

SÍNDROME DO NINHO VAZIO III






É certo que os filhos, um dia, vão sair de casa.

Quando os recebemos das mãos da obstetra, passados pelas mãos do pediatra, na hora do nascimento, já sabemos disto.

Já comentei sobre este assunto   quando meus filhos mais velhos saíram de casa.  Hoje é a caçula que alça voo rumo ao futuro.

Entretanto, passamos por todas as etapas do desenvolvimento de um filho evitando de pensar neste dia, uma vez que sabemos ser uma ocasião em que nossos sentimentos ficam ambíguos, embaralhados, desarrumados: temos certeza que será maravilhoso este levantamento de voo, temos plena confiança que demos a melhor educação, passamos nossos valores, nossas crenças, nosso entusiasmo, fizemos tudo que foi possível para que nossos filhos tenham uma vida plena. Mas temos o receio que os males do mundo possam vir a prejudicá-los, que o que demos não tenha sido suficiente, que o mundo está mudando muito rapidamente e será que terão condições de acompanhar?

Sobra a nós, pais, confiar na educação, amor, carinho, senso de responsabilidade, alegria de viver, plenitude, tudo o que ensinamos, a par do aprendizado cognitivo nas escolas formais e universidades.

Resta, também, confiar em seu juízo, discernimento, esforço e criatividade.

E...orar, pois só Deus pode mostrar os melhores caminhos a serem percorridos pelos filhos.

Ah, e repetir, ad aeternum, com bom humor: não esqueça do casaco e do guarda-chuva.



(Acesse o outro texto sobre o mesmo assunto, embora diferente: https://athenasminerva.blogspot.com/2011/06/nao-esqueca-do-casaco-e-do-guarda-chuva.html )  

















sábado, 11 de março de 2023

A GATA

 






 

A gata despertou.

Dormitava, silente,

Junto às cinzas quentes do borralho.

Um raio de sol, furtivo,

Desprendeu-se do firmamento e,

Entre frestas,

Juta,

Brumas,

Instalou-se em seus olhos,

Seguido de uma brisa

Que assoprou suavemente,

Vinda do mar,

Arrepiando seu pelo.

 

 

 

Navegantes/SC

20/2/23

LEITURA




Eu quero ler-te...

Ler tuas mãos

Ler teus lábios

Ler teu abraço

Ler os teus olhos

Ler o teu corpo bem devagarinho

Cada letra

Cada sílaba

Cada parágrafo

Cada vírgula

Cada ponto

Principalmente os pontos de exclamação!

O texto inteiro!

Cada movimento

Cada respiração

Cada bater do coração

Quero ler-te inteirinho...

A tua monografia

A tua tese

A tua biblioteca...

Em braile...






Joinville/SC

4/03/23

O PRAZER DA LEITURA E DA ESCRITA



Foto da autora, proibida a reprodução sem autorização.

A título de introdução, um poema de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa, a respeito dos versos publicados:

Alberto Caeiro, n’O guardador de rebanhos:

XLVIII

Da mais alta janela da minha casa
Com um lenço branco digo adeus
Aos meus versos que partem para a Humanidade.

E não estou alegre nem triste.
Esse é o destino dos versos.
Escrevi-os e devo mostrá-los a todos
Porque não posso fazer o contrário
Como a flor não pode esconder a cor,
Nem o rio esconder que corre,
Nem a árvore esconder que dá fruto.

Ei-los que vão já longe como que na diligência
E eu sem querer sinto pena
Como uma dor no corpo.

Quem sabe quem os lerá?
Quem sabe a que mãos irão?

Flor, colheu-me o meu destino para os olhos.
Árvore, arrancaram-me os frutos para as bocas.
Rio, o destino da minha água era não ficar em mim.
Submeto-me e sinto-me quase alegre,
Quase alegre como quem se cansa de estar triste.

Ide, ide de mim!
Passa a árvore e fica dispersa pela Natureza.
Murcha a flor e o seu pó dura sempre.
Corre o rio e entra no mar e a sua água é sempre a que foi sua.

Passo e fico, como o Universo.”

PESSOA, Fernando. Os melhores poemas de Fernando Pessoa. Seleção de Teresa Rita Lopes.-9ªed.-SP:Global, 1997, 171p.

           
           A leitura e a escrita são muito pessoais, quase íntimas.

          O escritor expõe a sua alma, põe sua visão visceral do mundo, da vida, dos acontecimentos, pensamentos e sensações, pesquisas, trabalhos científicos, teses.

           O leitor faz sua leitura a partir das suas vivências, de igual forma em relação às suas emoções, sensações, percepções e conhecimentos.

         O prazer da leitura acontece quando a alma do escritor toca a alma do leitor.

            Entretanto há, também, o desencontro... o escritor escreve uma coisa, e  o leitor entende outra...

          Às vezes são necessárias várias leituras até haver a compreensão e o toque de almas.

         E essa intimidade do leitor com o escritor também dá-se conforme a forma e o lugar da leitura: em relação a livros ou textos científicos ou técnicos, há um tipo de compreensão, e a leitura geralmente é feita em lugares, digamos assim, adequados: salas de aula, escritórios, mesas de trabalho.  Mas se for uma leitura de deleite, a intimidade torna-se maior à medida que o leitor lê num sofá, descansado; numa rede, à sombra de árvores ou numa varanda; à beira da praia ou da piscina;ou quando o leitor leva o escritor para a cabeceira da cama.  O escritor nem sonha quanta intimidade há entre os seus escritos e os milhares ou milhões de receptores, que se encontram em vários lugares do mundo.  Como quem escreve, pensar nisto me deixa meio constrangida. 

         E a forma de escrita também é bem peculiar, conforme a pessoa: há quem tenha a facilidade de escrever, ou fazer anotações que depois são incorporadas às suas obras, em qualquer lugar e de qualquer forma: anotações em bilhetes, pedaços de papel, em notebook ou celular, beiradas de livros, no metrô, em sala de aula, enquanto faz tarefas domésticas, etc... De outro lado temos os metódicos, que só conseguem escrever em seus escritórios ou bibliotecas, ou simples escrivaninhas num canto de casa, em cadernos (os mais antigos e analógicos), em computadores; num determinado horário e em determinadas circunstâncias.  

        Cada um tem seu método de trabalho, como bem percebido em várias entrevistas de vários escritores que observamos .

       A forma de escrita e de leitura torna-se secundária.  O que é importante é que haja escritores, leitores e livros.





21/1/2023, diálogo com colega escritor.

OSCILAÇÃO

 



Imagem da internet, endereço ao pé da página.





No vai e vem da rede

Colhes meus pensamentos.

Ao embalo ritmado

Invades minh'alma

Perscrutas meus segredos 

Os mais íntimos desejos...

O teu olhar capta meu olhar

É o suficiente...





11/01/2023



Crédito imagem: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-2077220403-rede-de-dormir-descanso-balanco-casal-tambaba-life-reforcada-_JM#position=5&search_layout=grid&type=item&tracking_id=4ef9bac4-e666-4611-b0b9-8d9fd97f964c&gid=1&pid=1