domingo, 11 de agosto de 2019

OS HOMENS DA MINHA VIDA

Em um post que publiquei há algum tempo, mencionei as mulheres da minha vida: minhas avós, minha mãe, tias, filhas, nora, neta, sogra.  São pessoas fundamentais na minha existência.
Hoje, no dia dos pais de 2019, escreverei sobre os homens que estiveram ou estão presentes em meu tempo.  São exemplos de lutadores do dia-a-dia, pessoas simples, que compuseram ou compõem o meu círculo familiar. A eles, pois:

                               JOÃO (Vô Guta).
O vô guta, como o chamávamos,pai do meu pai, nasceu em 1892, creio que em São Borja/RS, faleceu em 1973. Filho de Paulino Carneiro da Fontoura e Amabilia Castilho da Fontoura.  Não tenho a informação de sua cidade natal, ando pesquisando.  Sei que era agricultor e carreteiro, no começo do século XX.  Depois, praticando o êxodo rural, foi morar em São Luiz Gonzaga, finalizando em Santo Ângelo/RS.
Junto com minha avó teve 15 filhos, dos quais 13 sobreviveram.  De estatura não muito alta, quando o conheci já era um velhinho alegre, com sua risada curtinha e repetida. Nas férias, contava-nos histórias de assombrações com muito suspense; e histórias dos tempos das guerras gaúchas de antanho.  Gostava de fumar seu cigarro de palha, que tinha um cheiro adocicado, ficando como lembrança da casa dos avós.  Faleceu com 81 anos, deixando extensa descendência; tanto que, nas bodas de ouro, tinha mais de 150 pessoas, contando filhos, netos, genros e noras.  Uma lembrança doce.



                                     BENTO (vô Bento). 
Nasceu em Santana do Livramento/RS, na fronteira com o Uruguai, em 10 de fevereiro de 1903, filho de Francisco Menezes de Carvalho e de Tolentina Menezes de Carvalho, ela natural de Rivera/Uruguai. Era pai da minha mãe.
Sua maior alegria, como contava minha mãe, era que eu nasci no dia do seu aniversário.  Enquanto foi vivo, comemoramos juntos esta data.
Vô Bento foi agricultor e, depois que vieram morar na cidade de Ijuí, praticando o êxodo rural, trabalhou na força e luz da Prefeitura Municipal, exercendo suas funções até aposentar-se.
Era um homem alto, forte, mulato, gostava muito de churrasco - tanto assar quanto comer -, teve 10 filhos junto com minha avó, sendo que 8 sobreviveram.  Tinha bom humor, estava sempre brincando comigo, que era sua companheirinha no chimarrão da tardinha, em frente a sua casa, quando "via o movimento". Segundo minha mãe, gostava de tocar violão e cavaquinho.
 Muito benquisto por todos na cidade, era muito conhecido, sendo nome de rua hoje, em Ijuí. Faleceu novo, com 60 anos, deixando-nos com muitas saudades.

                                                          

                                                                  JOSÉ, meu pai.
Já escrevi alguns posts sobre ele.  A pessoa mais importante, na minha vida, junto com minha mãe. 
Era alto, magro, cabelos crespos, gostava muito de andar bem apresentável, sempre que podia usava terno e gravata, e estava sempre bem perfumado e alinhado.
Nasceu em 17 de setembro de 1927, em São Borja/RS.  Conheceu minha mãe quando já contava com 25 anos.  Ele morava em Santo Ângelo e a mãe em Ijuí. Casaram-se em 1952 e, depois de muitas andanças, estabeleceram-se em Ijuí.
Gostava de ler e pescar; trabalhou na Prefeitura Municipal de Ijuí até aposentar-se, tendo trabalhado em empresas privadas em Santo Ângelo, Porto Alegre, São Luiz Gonzaga e Ijuí. Era maçom.
Exemplo de homem de fé, de força, de honra e ética, educou-nos na maior severidade e exigências, incutindo-nos a ideia de que estudar e ler bastante era o que de mais importante poderíamos fazer por nós mesmos.  Um exemplo de homem correto, idôneo, que amamos até hoje. Faleceu em 2013, aos 85 anos.


                                      GILBERTO, meu marido.
O amor da minha vida conheci aos 20 anos; ele tinha 22.  De origem italiana, natural de Silveira Martins/RS, conquistou meu coração com seu jeito tímido, sua honestidade, sua inteligência e bom humor.  Mas, principalmente, por seu amor, carinho e dedicação. 
Dividimos a vida há 41 anos e meio, e, nesse meio tempo, tivemos nossos três filhos, os filhos mais velhos já nos deram quatro netos, e vamos levando a vida para ela não nos levar.
Gilberto tem altura mediana, cabelos lisos e castanhos, gosta de um bom vinho e de churrasco, infelizmente é torcedor do Grêmio, mas é uma pessoa do bem...risos...
Esforçado, foi persistente para conseguir formar-se em Engenharia de Operação Mecânica, profissão que exerceu durante toda a vida, até aposentar-se. Para tanto, após trabalhar todo o dia em uma fábrica, em Panambi, percorria diariamente em torno de 200 km para fazer a faculdade.  Fez curso de Pós-Graduação em Segurança do Trabalho, na UEL, quando morávamos em Londrina/PR . 

GÉRSON, filho, e VITTORIO, neto.
O meu segundo filho deu-me um grande susto ao nascer, pois tinha duas voltas do cordão umbilical enroladas ao pescoço, tendo sido levado às pressas para oxigênio, pois estava roxo.  Mas sobreviveu, graças a Deus e ao pronto atendimento do pediatra. 
Meu filho é muito parecido com meu sogro, pois nasceu bem branquinho, olhos azuis e cabelos dourados. A genética vai longe.
É muito alto, era mais gordinho mas, agora, está mais magro em vista da frequência à academia de ginástica e alimentação mais saudável.  É formado em Jornalismo, fez Pós-graduação na Área de Comunicação. 
Esteve três anos na Itália, onde e quando praticou o italiano e o inglês que havia estudado.  Trabalhou em um hotel na cidade de Pisa, e realizou mais um curso de Pós-graduação em tradução inglês-italiano na Universidade de Pisa. Hoje é gerente de negócios no Banco do Brasil, e faz MBA em assuntos bancários.
Era um menino arteiro, inteligente, fazia suas tarefas escolares com rapidez para poder brincar. 
É pai de VITTORIO, meu neto mais novo, também loiro, de olhos azuis, só que o cabelo e as sobrancelhas são vermelhos, e estão começando a pintar sardas em seu rostinho.  Lembra o Pimentinha, personagem de HQ.
Muito vivaz, elétrico, arteiro, brincalhão, inteligente, é a alegria na vida desses avós, junto com os demais netinhos.

MARCOS E MOACIR, irmãos.
Marcos, o mais velho, Moacir, o mais novo.
Marcos foi meu companheiro de brincadeiras na infância, pois temos um  ano e um mês de diferença - ele é mais velho. Também foi companheiro de bailes, cinema e shows, na adolescência, por imposição de meus pais - se não me levasse junto, não tinha autorização pra sair.  Tadinho... risos...
É quem me ajuda a cuidar da mãe, hoje.  Formado em Administração de Empresas, é professor da rede estadual de ensino - outra coisa que dividimos, a profissão de professor.
Altura mediana, meio gordinho, moreno com cabelos embranquecendo, é minha força nos dias atuais.
O Moacir, nosso irmão mais novo, foi, como já publicado em outro post, o que mais estive perto, por causa de sua doença mental.  Era uma pessoa afável, carinhosa, preocupado com  a família.  Infelizmente faleceu em 2012, deixando-nos muito tristes.

JOSÉ LUÍS, meu genro, MATEUS E GABRIEL, meus netos.
Este moço moreno, de olhos azuis, conquistou o coração de minha filha Sílvia.  É agricultor dedicado, muito trabalhador, sempre preocupado com a família.  Como todos os agricultores, inicia seu dia de madrugada, e só volta para casa à noite, não tendo domingos e feriados; estes, são nos dias de chuva. Junto com minha filha, deu-me os netos mais velhos, amores da vovó.
MATEUS, menino lindo, com grandes olhos castanhos, como a mãe, é o neto mais velho.  Quando nasceu, e fui vê-lo, encontrei a seu lado minha filha.  Eu não sabia se a pegava no colo, pois eu sabia o que era o parto, ou pegava o neto.  Foi uma das maiores emoções da minha vida.
É inteligente, ama a leitura, como a avó, gosta de escrever e desenhar.  Um grande futuro o aguarda.
GABRIEL, meu segundo neto, pregou-nos um grande susto na hora do nascimento, pois teve que ser feita uma cesárea de emergência.  É um menino muito doce, meigo, inteligente, vivaz, que adora bichinhos.  Talvez um futuro biólogo ou veterinário? Só o futuro dirá o que este menino, de lindos olhos castanhos espertos, será.

VITÓRIO, meu sogro.
Este italiano nascido no Brasil foi, junto com minha sogra, o autor do melhor presente da minha vida: meu marido.
Era loiro, altura mediana, olhos azuis, que distribuiu a genética para neto e bisneto.  Agricultor, marceneiro, pai dedicado, que esforçou-se ao máximo para dar uma boa educação aos filhos.  Enquanto a planta germinava no solo, não ficava parado, trabalhava construindo muitas das casas que ainda existem em Silveira Martins/RS.  Amava o vinho, falava o italiano arrevesado, misturado com português, e contava muitas histórias da fundação da Quarta colônia, no coração do Rio Grande do Sul, onde ascendentes vindos da Itália fundaram uma cidade e trouxeram sua cultura e perseverança para agregar ao povo gaúcho.