terça-feira, 22 de novembro de 2016

"A tribo jornalística de Érico Veríssimo", por Eduardo Ritter

A TRIBO JORNALÍSTICA DE ERICO VERISSIMO
Livro escrito por meu primo, Dr. Eduardo Ritter.




Tomo a liberdade de comentar o livro escrito pelo Dr. Eduardo Ritter, jornalista, professor universitário, Doutor em Comunicação Social, Mestre em Comunicação Social, entre outros títulos.
Neste livro, Dr.Eduardo tece considerações sobre a "tribo" de jornalistas que compuseram personagens dos livros de Érico Veríssimo.  Analisou o Autor toda a obra de Érico Veríssimo, escritor gaúcho natural de Cruz Alta, cidade perto da minha, na Região do Planalto Médio.
Do "tempo e o Vento" a "Incidente em Antares", obras muito conhecidas e lidas, aos primeiros e últimos títulos do autor analisado, bem como literatura infantil, dissecou Dr. Eduardo as obras, caracterizando os vários tipos de jornalistas que, além de se encontrarem na obra de Érico, também são conhecidos e reconhecidos  em sedes de Jornais e outros ambientes de Literatura e escrita.
Com uma linguagem acessível, mas escorreita, transformou Dr. Eduardo sua tese de Doutorado em livro palatável para especialistas e leigos; com a análise profunda que faz da obra de Érico, lida e relida de cabo a rabo, conhecemos as várias caracterizações que podem existir entre os jornalistas, tipos caracterizados por Érico em suas obras, fundamentados em colegas de profissão, eis que jornalista e escritor, como sabemos.
 Da descrição física, psicológica, comportamental, política, econômica e social dos componentes da tribo, embasou Dr. Ritter seu profundo trabalho em Livros e textos de especialistas na Área de Comunicação, Literatura, Escritores e demais entendidos em sua área de conhecimento.
Uma obra que dá prazer  ler, envolve desde a primeira linha, um texto que flui, prende, agrada e encanta. Vale a pena a leitura.
Maravilhosa a homenagem que fez a sua mãe, Nara Mirian Ritter (minha tia), e ao pai, Nabucodonosor Ritter.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O lado de lá do balcão do banco

      
 

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Sempre pensava que os bancários tinham uma vida folgada; afinal, os bancos, no Brasil, abrem para atendimento ao público em geral às 10 horas da manhã e fecham às 15 horas. Maravilha, trabalhar poucas horas, ganhar um ótimo salário e ter bastante tempo à disposição para fazer outras coisas.
     Tentei concurso para o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal; no primeiro não consegui aprovação, na segunda consegui, mas nunca fui chamada.  Posteriormente, fiz concurso para o antigo banco Meridional - era um banco público, e fui aprovada entre os primeiros classificados na minha região.
     Muitas pessoas tentam entrar para um banco com a mesma ilusão que eu; a grande maioria não consegue aprovação por: não estudar o suficiente (nos programas, matemática, português, conhecimentos gerais, lógica, matemática financeira, contabilidade, legislação, etc, com pequenas variações); por não ter quociente de inteligência que permita ingressar no serviço -  e não estou falando no famoso "q.i." quem indica; concurso público é por conhecimento, por mérito e competência. A maioria das pessoas não estuda, chuta, não passa, e fica criticando os "nerds" que são aprovados.
     Uma pessoa para ingressar no serviço público deve submeter-se a concurso, previsto na CONSTITUIÇÃO FEDERAL e nas Leis Federais, Estaduais ou Municipais que regem os concursos. O edital prevê toda a matéria a que vai ser submetido o candidato, a lei que rege o concurso, todas as possibilidades para o cargo, função, salário, a titulação que é exigida (ensino médio, graduação, especialização, mestrado, doutorado...) etc. Concurso público não é para qualquer um!   As pessoas que se submetem a um concurso não é a um "concursinho", e depois fazem o que querem. Não é assim que funciona.  Depois de aprovado, o candidato deve submeter-se a exames médicos, e passa, durante 2 ou 3 anos, conforme o cargo, por um período chamado ESTÁGIO PROBATÓRIO, em que é avaliado diariamente por seus superiores, para verificar se a pessoa tem os conhecimentos suficientes e necessários à função que vai exercer, e a sua competência. Por isto os políticos preferem fazer política: não precisa estudar, não precisa provar que tem conhecimentos, não tem estágio probatório...
     A legislação brasileira que rege os concursos públicos é bem rigorosa; como funcionários públicos não têm FGTS e outras vantagens que o funcionário da iniciativa privada tem, ele adquire, depois do estágio probatório, SE APROVADO, a estabilidade. Tudo previsto em LEI. E o funcionário público só pode fazer, dentro de sua área de atuação, aquilo que a lei estabelece e permite.
     Mas, voltemos aos bancos. Há bancos públicos e privados, e os que são considerados públicos, mas regidos pela CLT.
     Voltando à vaca fria: quando passei no concurso para ser bancária, fiquei feliz: 6 horas diárias... previstas.  Duas horas extras obrigatórias, diariamente, SEM PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS. Atendimento ao público, no meu caso, com um gerente pisando no meu calcanhar o dia inteiro.  Atendimento a uma velocidade louca, tudo para ontem.  Como era 1993, ainda tínhamos uma inflação doida, com muitos números a serem digitados.  O trabalho do bancário novato: somar os documentos de seis caixas, contabilizar, conferir, achar diferenças (só vão embora depois de achar as diferenças!) E diferença, dá todos os dias.  Era difícil chegar em casa antes das 8 da noite. Atendimento a telefone, receber malotes, tirar extratos, ensinar clientes, orientar e ajudar em terminais de autoatendimento...
     O ALMOÇO. Creio que poucas pessoas sabem que o bancário tem 15 minutos para almoçar, previstos EM LEI. Isto mesmo, alguém de vocês almoça em 15 minutos? Mal dá para começar, já deu a hora, tem que bater o ponto, voltar ao trabalho que os clientes estão esperando. Dor no estômago, dor de cabeça, enjôo,.... detalhes, que ninguém sabe. Quem sabe almoçar antes de ir para o trabalho? Para evitar problemas estomacais, muitas pessoas almoçam as 9 da manhã - sim, isto acontece, e muito. Ou levar marmita, com comida caseira. Ou comer só uma fruta, e almoçar quando volta do trabalho.... vida mansa....
     Quando ingressei no banco, recebi várias apostilas para estudar (ainda mais, além do concurso): como funciona, os objetivos, as metas, formas de avaliação, plano de carreira, etc. Primeira lição: o objetivo de um banco é o LUCRO! Todos nós sabemos disto, desde remotos tempos. E para obter lucro, tudo vale.  O funcionário, em qualquer lugar da hierarquia interna, tem que VENDER, tudo que for do interesse do patrão.  Além de funções habituais, sempre oferecer alguma coisa para o cliente; e tem METAS a serem alcançadas; caso não sejam, o funcionário é punido e ridicularizado. Mas...nem todos têm o dom da venda... Bobagem! Vire-se.
     A maioria  dos bancários sofre, além da pressão interna, a pressão externa, dos clientes, que nunca estão satisfeitos e acham que os bancários são seus empregados.  E o cliente sempre tem razão...
     Como muitas outras profissões, mas em especial aos bancários estão reservadas as lesões por esforços repetitivos, entre outras doenças ocupacionais, que os levam para tratamentos longos e doloridos, quando não à aposentadoria por acidente do trabalho, uma vez que obrigados a trabalhar sem tempo para ir ao banheiro, para alimentar-se adequadamente, e sem direito à pausa para descanso, prevista na legislação trabalhista - a cada 50 minutos digitando, 10 minutos para alongamentos e ginástica laboral.  Isto, só em sonhos e na letra fria da CLT.  Na realidade, nunca!
     E o salário? Na iniciativa privada, quem determina o salário é o empresário, dono do empreendimento.  O salário mínimo é determinado pelo governo.  E o salário do bancário?  Como a maioria das profissões tem um salário considerado piso, também o bancário o tem.  E todos os anos, em setembro, é a data-base para negociação dos bancários; é previsto pela Lei que os patrões e empregados entrem num acordo sobre os reajustes salariais.  No caso dos bancários, a Federação Nacional dos Bancos- FENABAN- representa os patrões banqueiros, e os Sindicatos representam os bancários.  Como sempre, os patrões querem dar o mínimo de reajuste, ou nenhum, apesar de seus lucros exorbitantes, e os funcionários precisam garantir pelo menos a inflação do ano, tudo dentro do que estabelece a legislação.
     E a população?  A população não conhece os banqueiros, conhece os bancários.  Os donos dos bancos nunca estão em suas agências, quem está é o empregado.  Para o povo, que se utiliza dos serviços bancários, a culpa das greves é de quem eles enxergam todos os dias - dos funcionários.  Assim como, nas greves dos professores, ou de qualquer categoria, o povo mantém contato com a parte mais fraca, pois prefeitos, governadores, presidentes, banqueiros, ou outros grandes patrões, nem são conhecidos.
     Uma greve atrapalha a vida das pessoas?  Sim, podem crer que atrapalha muito mais a vida dos funcionários grevistas do que da própria população, pois, apesar de paralisar temporariamente os serviços, toda a carga horária tem que ser recuperada, caso as pessoas queiram receber seus salários.  A greve é uma forma de tentar fazer com que os empregadores entendam a situação financeira de seus empregados, pois com os salários defasados, a inflação retornando a galope,o que recebem não é suficiente para ter uma vida digna, solver seus compromissos, manter a saúde, a educação e a alimentação sua e de suas famílias. 
     O bancário, o professor, e outros profissionais são trabalhadores como quaisquer outros.  Não são a elite, infelizmente.  A elite são os banqueiros.  É a eles que deve ser dirigido todo e qualquer protesto pelas greves anuais.  Qualquer coisa em contrário, revela a ignorância da pessoa, que desconhece como as coisas funcionam.
    
 (Imagem:https://www.google.com.br/search?q=banc%C3%A1rio&client=firefox-b-ab&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjRhYewyJzPAhWKjJAKHREtDKcQ_AUICSgC&biw=1138&bih=503&dpr=1.2#tbm=isch&q=banc%C3%A1rio+charge&imgrc=DMrtcrppMpxoTM%3A)   
     

domingo, 22 de maio de 2016

Mudança 2 - encontrando o cantinho que todos procuramos



 Em quatro anos, fiz duas mudanças. A anterior, entre dois estados da federação, andamos quase mil km.  A última, dentro da cidade de destino, de um imóvel alugado a um adquirido, depois de 60 anos de trabalho e lutas.
Como já falei no post anterior sobre o assunto, as mudanças são benéficas, pois nos permitem fazer uma seleção da "cacaria" que mantemos conosco.  E constatei que, mesmo só depois de quatro anos, já juntei muitas coisas desnecessárias, a seleção de coisas inúteis é mais severa; descobri que tinha mais roupas do que precisava; doei as que estavam sobrando;  desfiz-me de móveis que não caberiam no novo apartamento, menor três vezes do que o anterior, e outras tantas da casa que ocupei antes. Livros, revistas, jornais foram para a lixeira, pois a biblioteca pública de minha cidade (pasmem) não aceita doações, assim disse a bibliotecária. Brinquedos e tantas outras coisas foram doadas; para institutos que cuidam de crianças, velhinhos, etc.
Na mudança anterior, já havia incinerado montanhas de escritos que mantinha - não sei por quê - desde a adolescência. Nunca mais seriam lidos, então... E a imaturidade da época me fez sentir ridícula...
Nesta última mudança, a pergunta era: quando eu morrer, meus filhos farão o quê com tudo isto?....Lixo!
A faxina foi grande, entrei mais leve no novo ap; como diria aquele filminho infantil: "somente o necessário"; ainda assim, minha grande paixão, os livros, precisaram receber novos armários; foi o único luxo a que me permiti; mas o espaço já está ficando pequeno...


Nossa intenção é que esta seja a última mudança, após andar ciganeando pelo RS e pelo Brasil.  Mas só o tempo dirá se isto é uma verdade.
Quando preciso fazer uma mudança, lembro do Rex, meu antigo pastor alemão que ficou conosco de 1991 a 1994: ossos, pedaços de galhos, seu pano de aquecer no inverno e muitas outras coisas ele colocava perto de sua casa; colocava a pata em cima e ficava cuidando. Somos parecidos com os cães, ou eles conosco?









domingo, 10 de abril de 2016

George Orwel e a situação política brasileira em 2016.




Imagem do livro que adquiri. da cia. das Letras.



Há tempos queria ler "A revolução dos bichos - um conto de fadas" de George Orwel.
A oportunidade apresentou-se.
Não sabia do que se tratava; mas às primeiras páginas, percebi que se tratava de política.
Orwel faz uma crítica, em 1945, à ditadura stalinista.
Resumindo, os bichos de uma fazenda revoltam-se contra o dono humano, e estabelecem a própria ditadura.  Os porcos, por serem os mais inteligentes, assumem o poder, o comando, os mandos e os desmandos.
Já no início, editam os 7 mandamentos que os bichos devem seguir; no decorrer do tempo, vão alterando-os a seu próprio favor, contra os demais bichos, os "proletários" que sustentam o poder; trabalham, passam fome, recebendo o mínimo de ração.
Garganta é o porta-voz de Napoleão, o porco-ditador. Tem uma lábia e um olhar cínico, que convence todos de que suas palavras estão sempre corretas, mesmo que hoje contradiga o que falou ontem ou anteontem.  Sempre tem uma nova interpretação para os fatos, de forma favorável aos interesses suínos, mesmo que distorcendo e destruindo a própria história.
Inevitável a comparação com o que vem ocorrendo hoje, no Brasil.  O povo vem tentando depor Dilma Roussef através do impeachment constitucionalmente previsto.  Mas Dilma e seu criador, Lula, destróem tudo o que já foi feito, dito, escrito, publicado, acontecimentos históricos, distorcendo a seu favor as leis, a Constituição Federal e tudo que possa vir contra seus interesses e de seu partido.

Geroge Orwel previu, em 1945, o que aconteceria no Brasil, hoje.  Interessante a leitura, deve fazer parte de nossos livros de cabeceira, embora ele fosse do que se chama esquerda mundial.  Mas ele próprio denunciou os erros cometidos por ela.