sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Descontração.


                 Mais um relato de minhas leituras.  Quer ler meu blog? Vai ler muito sobre minhas leituras, meu lazer predileto.

 - NIN, Anaïs. Henry e June: diários não expurgados de Anaïs Nin; trad. De Rosane Pinho.-Porto Alegre, RS:L&PM, 2010, 256p.
                Embora já tivesse lido alguns comentários sobre a obra desta autora, nunca a tinha lido.  Pelo que subtrai-se do livro, são relatos íntimos, parte de seu diário com muitos volumes, o qual teria escrito a vida inteira.
                Narra sua vida como escritora, esposa de um banqueiro, vivendo na Paris de 1931/1932.  Conhece o então escritor Henry Miller e sua mulher June.  Aparecem no relato mais um primo, Eduardo;  o psicanalista Allendy, com os quais também teria mantido relacionamentos íntimos, além de outros personagens.
                O livro inteiro é um relato do que seria sua vida íntima, tanto com seu marido, como com os demais homens que faziam parte dela, assim como um provável, e nunca bem claro, relacionamento homossexual com June, a mulher de Henry Miller, a quem ela admira muito, pela beleza e estilo de vida.
                Faz descrições minuciosas de seus embates sexuais com Henry Miller, suas traições, reflexões sobre as mesmas; usa o vocabulário popular para mencionar as partes íntimas tanto dela quanto de seus homens, do próprio ato sexual e de tudo que a cerca.
                Fica-se na dúvida se tudo que escreveu foi imaginação literária – ela mesma sugere várias vezes isto – ou se realmente praticou tudo o que descreve.
                Em algumas partes o que é escrito é de um lirismo à toda prova, um enfoque bem feminino sobre o que uma mulher sente no seu íntimo em relação à vida sexual. Tem um vocabulário às vezes requintado e poético, sendo um texto com grandes paradoxos.
                Para quem gosta deste tipo de leitura, é um prato cheio, lembra muito “A casa dos budas ditosos”, de João Ubaldo Ribeiro, da coleção Plenos Pecados.
               

Um comentário:

  1. Tenho um livro dela em casa, não lembro o título, realmente é como dizes, deixa uma dúvida se é um relato verdadeiro ou fruto de imaginação. Mas escrito de forma primorosa!

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