quinta-feira, 3 de maio de 2012

FRATERNO



"FRATERNO
Verbalizar te amo eu não consigo.


Eu digo te amo
quando te dou atenção
quando filosofamos
quando sofres e te estendo
a invisível mão.


Eu digo te amo
quando leio teus poemas
admiro teus quadros
parabenizo os concursos
em que és entre os primeiros aprovado.


Eu digo te amo
quando olho tua fotografia,
e vejo que és a cara minha.
Somos muito semelhantes
Na nossa lucidez, na nossa insensatez,
na estranheza que vemos
nos turbilhões que vivemos,
                                           meu irmão."


Este poema fiz para meu irmão Moacir, que faleceu há justos dois meses.  Foi publicado na 3ª Antologia Caxiense de Poetas, 1º Concurso caxiense de poesias; Misturas e bocas produções, 1990.

A dor de perder um ente querido não some, vai ficando mais fraca, mas tem seu lugarzinho guardado no nosso coração e nas nossas mentes.  Nunca vamos esquecê-lo.  Porém a vida nos empurra e continuamos a viver e trabalhar, e resolver problemas, e amar, e ter momentos felizes, misturados aos tristes.  Isto é a vida.  Que vamos vivendo enquanto Deus permitir, fazendo dela o melhor possível.

À época em que fiz o poema talvez tivesse dificuldades de verbalizar "te AMO"; mas ao cuidar dele no hospital, e muitas outras vezes anteriormente, tinha dito a ele que o amava, o que o deixava muito feliz.  Ele morreu sabendo que era amado.




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