Tem sido motivo de muita discussão nos últimos tempos, aqui no Brasil, a questão das cotas raciais. Os movimentos negros "criminalizam" a forma de chamar as pessoas de negros, como se fosse uma agressão. Então chamar um descendente de japonês no Brasil de japonês ou "japa" também é crime; "alemoa", para as alemãs, "gringo" para os italianos, "polaco" para os poloneses, enfim, todos os vocábulos que se criaram com a recepção, no Brasil, de quem quis mudar-se para cá, seja por motivos de fuga das guerras, fuga da pobreza, escravidão ou simplesmente aqueles que quiseram vir para cá pois gostaram do Brasil. (Foto acima de Athena.)
Cotas raciais: não sou a favor. Sou a favor, se necessário, às cotas de pobreza, ou cotas sociais. A educação é um bem que deve estar acessível a todos, independente de raça, cor, sexo, religião, preferência sexual, etc.
Estes dias encontrei um livro que trata disto. E é um comentário sobre ele que você, meu blogtor, vai ler agora. Aguenta aí:
· Kamel, Ali. Não somos racistas: uma reação aos que querem nos transformar numa nação bicolor. RJ: Pocket Ouro, 2009, 165p.
O autor, descendente de sírios, é jornalista /repórter da Rede Globo, que inclui jornais, revistas e tv.
Percebendo o direcionamento errôneo de alguns movimentos afirmativos, principalmente dos que querem instituir oficialmente o racismo no Brasil, fez muitas pesquisas, entrevistas, diversos trabalhos, que resultaram neste livro..
Nele o autor coloca que, originalmente, não somos racistas visto que, já na colonização do Brasil, não tiveram os europeus – portugueses, holandeses, franceses e outros que aqui aportaram – preconceitos em manter relacionamentos com as índias e, posteriormente, com as negras. Houve o ‘branqueamento’ da raça negra, na medida em que esta miscigenação aconteceu.
Querem os atuais detentores do poder, ancorados na precedência de Fernando Henrique e seu governo, instituir o racismo para “compensar” os negros pela escravidão. Esquecem que à margem da sociedade estão também os muitos descendentes de indígenas e os milhões de brancos, descendentes de todas as etnias que foram acolhidas no Brasil, e que se encontram na miséria. O maior problema não é o racismo, é a pobreza. A pobreza de brancos de toda a cartela de variantes de cores, os negros, que incluem os pardos de todos os tons; os amarelos, pois aqui também temos japoneses, chineses e outros orientais, os indígenas, entre outros.
Sabemos que, cientificamente, não existe raça, como comprova “o geneticista Craig Venter, o primeiro a descrever a sequência do genoma humano, “raça é um conceito social, não um conceito científico”. E quem estimula estes conceitos está retroagindo a crenças de antropólogos do século XVIII.
Analisando estatísticas do IBGE, o autor verifica que sumiram com os pardos. Do meio branco ao meio negro, todo mundo virou negro, para fins de cotas sociais, em vantagens que retiram o princípio da igualdade insculpido na Constituição Federal Brasileira. Chega a ser ridículo, por exemplo, recordando acontecimento de alguns anos atrás, que, para conseguirem ingressar na Universidade de Brasília, dois irmãos gêmeos inscreveram-se através das cotas raciais; como os critérios para definição de quem é negro e quem não é não são claros e muito menos objetivos, e como cada pessoa que analisa os currículos e fotografias tem uma visão diferente das coisas, um passou como negro e o outro foi rejeitado. Um verdadeiro absurdo, surrealismo, que acontece nestes nossos tristes trópicos.
O autor enfatiza outros programas sociais que têm erro de foco. Ao invés de drenar recursos para os “bolsas”, se o poder público investisse em educação não haveria necessidade de tudo isto. Os recursos que são dragados para estes programas, e para as ditas cotas, se empregados na educação tudo estaria resolvido. Educação de nível, de categoria para todos os brasileiros, independente da cor da tez. Para pobres de todos os níveis e rincões do país. Só a educação salva, resume o autor.
Um excelente livro para instigar uma reflexão sobre no que estão transformando o Brasil.
É um livro que não se baseia em opinião; se baseia em análise de estatísticas oficiais do próprio governo e em obras de vários cientistas e estudiosos de renome. Não é achismo, é tudo comprovado. Vale a pena ler, pelo menos para se discutir com conhecimento de causa.
Concordo. Os maiores problemas são a pobreza extrema e a falta de instrução (educação). Hoje em dia ninguém pode dizer que é de tal raça no Brasil, tá tudo junto e misturado! Hehehehehe
ResponderExcluirAh! Primeiro você diz que tem um pezinho na África, e depois diz que é branca! KKKKKKKK
ResponderExcluirMiscigenada, é o que quero dizer. E não precisei de cotas para chegar ao curso superior. Este é o ponto.
ResponderExcluirAcredito que seria justo que tivéssemos um "feed back" do aproveitamento das vagas reservadas para as tais "Ações Positiva". Essas pessoas realmente alcançam êxito no que se propõem a fazer? Quantos abandonam no meio do caminho por encontrarem outras dificuldades?
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