
Um livro que li, "Quarenta A idade da Loba", de Regina Lemos, comentava sobre tudo que acontece com as mulheres neste período. É uma segunda adolescência: transformações corpóreas, mentais,psicológicas, financeiras, trabalhistas, relacionais, entre outras. Muita coisa que descrevia esta e outras\os autores eu já observava. A reação de algumas mulheres neste período é diversa: umas se fecham, ficam mais em casa, curtem o recolhimento; outras mudam de profissão, vão procurar outras atividades fazer talvez algo que sempre quiseram e não puderam antes; outras resolvem ter mais um\a filha\o, para que não fique um vácuo com a saída dos filhos para estudar, trabalhar, viajar e, quem sabe, casar. Outras voltam a estudar, enfim, cada mulher reage de uma forma a este período.
A par das transformações físicas, que para algumas mulheres são muito dolorosas ou causam grandes perturbações, há a sensação de vazio de quando os filhos dizem: mãe, tô indo tomar as rédeas da minha vida. É a tal "Síndrome do ninho vazio".

A gente sabe que um dia isto vai acontecer; a gente educa os filhos, espera tê-los preparado para enfrentar as vicissitudes da vida; tê-los munido de valores que os capacitem a serem cidadãs e cidadãos plenos, responsáveis, íntegros, honrados, alegres, felizes, divertidos, bem-humorados... mas no dia em que eles dizem - tô indo...- dá um choque.
Sempre procurei brincar com meus filhos, manter um relacionamento leve - apesar de ser um pouco exigente... mas uma brincadeira sempre digo, para qualquer deles, quando estão saindo para ir a qualquer lugar: - Não esqueça do casaco e do guarda-chuva!
Esta brincadeira permanece entre nós, e, refletindo sobre isto, percebo que tanto o casaco quanto o guarda-chuva representam uma proteção para a pessoa; as mães têm consciência de que não são onipresentes, mas falando isto têm a ilusão de que os filhos as estarão levando junto - as mães sempre querem o melhor para os filhos, e, se pudessem, sempre estariam com os mesmos debaixo de sua asa. Mas não é uma coisa doentia, simplesmente sentimento de mãe.
Quando cheguei a uma parte desta fase, resolvemos, meu marido e eu, ter mais uma filha, e foi o que fizemos. Hoje temos nossa companheirinha que já anda falando em ir morar aqui, acolá ou adiante, pois a irmã mais velha já saiu do ninho faz tempo - o primeiro choque, os primeiros nervosismos, noites sem dormir, preocupações mil com uma moça sozinha no mundo- e o irmão está saindo agora, depois de morar por mais de dois anos na Europa. É o segundo baque, a sensação de impotência, de receio de que algo vá acontecer aos filhos longe da gente, é terrível.
São as fases da vida. Sabendo que isto um dia ia acontecer, procurei voltar a estudar, diversificar minhas atividades, fazer ginástica, ler os livros que não pude ler antes, escutar muita música e, na medida do possível, viajar. Até já renovei meu passaporte.
Entretanto, o ninho tem dois vazios. Um já está sendo preenchido com os netos. O outro ainda tem o calorzinho do segundo que está levantando vôo. E o terceiro ainda vai demorar um tempo para esvaziar.
Ainda bem que eles levaram o casaco e o guarda-chuva!
Bem coisa de mãe mesmo! Mas nós homens também, em menor proporção, sentimos isso quando os filhos partem (principalmente com as filhas, não vá um malandro abusar delas!)e só sossegamos quando eles se estabelecem, estabilizam. Abração
ResponderExcluirih, deixei o casaco e o guarda chuva dentro do carro... rs
ResponderExcluirPois aqui em casa os filhotes não querem abandonar o ninho...rsrs. Sentem-se protegidos debaixo das asas da mãe.Mas sei que isso não vai durar para sempre. Enquanto isso, vou aproveitando ao máximo a companhia deles. Também já dobrei o cabo da boa esperança...rsrs. Como dizia nossas mães,,,Agora o ditado sobrou para nós e vejo que há uma grande verdade nisso...para quem acredita...é claro. Nos dias de hoje,acho que dobrar o cabo da boa esperança vai ficando cada vez mais longiqüo. Eu pelo menos me nego...rsrs.Enquanto houver esperança, para que dobrar o cabo,não é mesmo...?
ResponderExcluirBeijo. Visita os meus outros blogs. Acho que você vai se divertir um bocado. Se bem, que conto toda a minha vida em detalhes, mas usando figuras de palavras (prosopopéia), assim,ninguém consegue identificar quem é o personagem de que falo e como falo...rsrs. Você vai gostar,tenho certeza.
Pena que a minha filha o fez muito cedo, o que me restou foi uma depressão profunda e a descoberta do transtorno bipolar... Mas a vida é dura mesmo, temos que seguir adiante.
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