![]() |
Praça Getúlio Vargas - imagem da autora. |
As folhas avermelhadas já caíram, todas.
Estão nus os galhos das árvores, esticados, eretos rumo ao céu,
Como a lamentar a ausência do sol.
O resto de calor que ainda resistia, foi sendo empurrado pelo vento minuano... para onde?
Chegaram os dias nublados.
As nuvens lastimam a entrada do frio, derramando-se sobre as cidades.
A neblina manifesta-se de manhãzinha, tirando de nós, humanos, a visão da aurora bela.
Acendem-se as lareiras, os fogões à lenha, os aquecedores, os aparelhos de ar condicionado.
Acendem-se os corações, com a proximidade,
O aconchego e a busca de calor para aquecer os corpos enregelados.
Saltam, sorridentes, do fundo das gavetas,
Toucas coloridas, luvas, cachecóis, botas, meiões, cobertores, edredons, mantas.
O quentão e o vinho,
O café e o chá, quentinhos, ajudam a enviar o frio para fora de nossos lares.
A sopa asperge seu aroma delicioso por todo o ambiente,
Antevendo o prazer do alimento que,
Além de nutrir, aquece os corpos e as almas.
Nos dias de ventania, chuva renitente, trovões e temporais,
O lar é a nossa caverna, o nosso refúgio,
Onde nos sentimos seguros,
Onde guardamos nossos amores, protegendo-os.
Onde vivemos nosso tempo de recolhimento, de meditação,
De busca do eu-interior.
O inverno é introspectivo.
Viramos eremitas.
Lorení
Palmeira das Missões, 21/6/23.
Nenhum comentário:
Postar um comentário