sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sem gastar as letras.

O Anticristo - Friedrich Nietzsche




                         Alimentando meu vício, este ano recomecei a fazer um pequeno resumo dos livros que li, bem como anotando a sua referência completa. Por que faço isto? Óbvio meu caro 'washington': como a leitura é uma das minhas paixões, já ocorreu de, após muito tempo de ter lido um livro, eu lê-lo de novo, desperdiçando meu precioso tempo que poderia ser gasto em desvendar outras letras; como disse Mário Quintana, não lembro em qual obra (já não tenho mais a obrigação de ofício de designar autor, obra, página, etc), que fácil é ler, difícil, até mesmo impossível, é desler; não dá para desler um livro lido, seja ótimo ou uma porcaria que a gente vai lendo até o fim na esperança que pelo menos aí, melhore. Ou que a gente sabe ser um livro chato, mas, por algum motivo, a gente tem que ler.
          Há alguns anos atrás incumbi meu filho de fazer um levantamento dos livros que tínhamos em casa; já me aconteceu de comprar o mesmo livro duas vezes, por amor ao escritor, e por não lembrar a história. Ele fazia um Curso de informática, e a mãe carrasca queria ver o filho ocupado, sem pensar em besteira (no que pensam os adolescentes?); ele exercitava o que aprendia no curso organizando, elaborando e inventando a planilha e, o melhor, conhecia o que tínhamos em casa em matéria de livros.  Se ele deixou de pensar no que pensam os adolescentes eu nunca perguntei, ele nunca me disse e ficou por isto mesmo; as intenções das mães não são as mesmas dos filhos...rsrsrsrs...tadinho dele; mas ele é ótimo em informática (é o meu 'Rudi", daquela propaganda...) e ama ler.  Sobre esta última paixão não sei se cheguei a ter alguma influência, mas o fato é positivo.  Com o tempo, ele foi tendo outras atividades para fazer, saiu da adolescência e eu me esqueci de anotar os livros que continuei lendo.
          Entretanto, fiquei curiosa com a divulgação da média de livros que os brasileiros lêem; eu, que leio bastante, creio, não sabia quantos livros lia por ano.  Fui ficando encasquetada e recomecei a me organizar, nem que seja para discutir com o IBGE...eu adoro uma boa discussão, ainda mais contra os órgãos do governo - de qualquer governo, fique bem claro.  De qualquer cor.
          E, para aqueles curiosos que eventualmente quiserem ler minha coluna (eu chamo coluna, de que é não sei) ou blog, vão ter que aturar os comentários que farei sobre o que leio.  A eterna professora de Língua e Literatura (o que a gente mais faz na vida fica enraizado), achava que comentando com os alunos sobre os livros que lia despertava a curiosidade dos mesmos e os induziria à leitura.  Quando me formei assumi o compromisso de divulgar nossa cultura sempre, é o que tento fazer. Certo ou errado - eles existem? - eu não sei.  Alguém me dirá.
           Então, queridos 'blogtores' - neologismo que acabo de criar para os leitores de blog, aguentem meus comentários:
         
·        NIETZSCHE, Friedrich. O ANTICRISTO. MARTIN Claret, 2002. Trad. Pietro Nassetti, 111p.
Neste livro, o maluco do Nietzsche, prussiano do século XIX, descendente de uma família de pastores protestantes, faz uma crítica contundente ao cristianismo, à fé, à pobreza que o cristianismo instiga, entre outras idéias.  Ele acha, como outros filósofos, que a mulher não tem capacidade para ler, refletir, pensar e entender o mundo, a filosofia, as letras, as ciências; que ela é “uma fraca de espírito”. Algumas idéias que ele manifesta sobre o cristianismo, a fé, os milagres, a intervenção de padres e\ou pastores na vida e privacidade das pessoas, até concordo . Mas o texto denota uma pessoa que está fora do seu racional, um perturbado da cabeça, o que também é demonstrado na sua biografia: ninguém entende seus textos, poucos o lêem, e  ele morre em decorrência de problemas físicos e mentais; só foi reconhecido e valorizado depois de morto, como muitos.
        As suas reflexões, pelo menos neste livro, não creio terem acrescentado muito à elucidação do que é a  “verdade”; a sua interpretação de verdade é o que aparece. As demais pessoas podem concordar ou não com ele. Este é o espírito crítico e livre, que pode lê-lo sem se contaminar.
        Muitas idéias do cristianismo eu também questiono. Continuo procurando respostas, e não sei se algum dia as encontrarei.
          Está aberto o debate. Aceito contestações e críticas, pois quero crescer e compreender.  Minha curiosidade não tem limites.
         

3 comentários:

  1. Nunca tive esse intuito de registrar e catalogar os livros que li. Mas na biblioteca da escola, onde tenho me abastecido para leituras, já está ficando dificil encontrar uma obra que já não tenha lido e as vezes me pego lendo de novo algum que tem mais de um exemplar. Leio em média 4 por semana, mas sou meio antropofágico, qualquer leitura me diverte!

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  2. O livro è meu mas eu ainda nao li ele... depois te conto o que achei

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  3. Sinceramente, pelo título, nem me interessa...

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