Para nós, professores da ativa e inativos, mas que já tiveram muita atividade! |
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O
MESTRE E AS CRIANÇAS
Coube-me, certo dia, falar em um local
para várias pessoas, em uma instituição religiosa. Como sempre me escapo das atividades das
senhoras, pois não sou de pintar e bordar, muito menos de crochetar ou
tricotar, digo: só sei falar, ler e escrever, isto faço bem, e cada um com seus
dons. Então me intimaram a mostrar meus dons. Vamos ver se me desincumbi à altura do
esperado ou se sou uma mentira!
Portanto, hoje falo das crianças, pois
seu dia foi dia 12, e dos professoras, que seu dia foi ontem, 15.
Não se separam professores e
crianças/adolescentes/jovens.
Comecemos pelos professores ou mestres.
Se formos ao dicionário ver o que
significa Mestre, diz-nos o Aurelião: “Homem/mulher que ensina; professor ou
professora; a pessoa que é perita numa arte ou ciência; quem é superior;
grande, extraordinário; que é mais importante; que serve de BASE ou de GUIA.
Então, ser professor, é tentar ser
maior – não mais orgulhoso – que os demais; mas maior no conhecimento; é alguém
estudar, especializar-se em uma arte ou ciência, depois ensinar. É servir de base, é servir de guia. Para quem? Para quem precisar: crianças,
adolescentes, jovens, e por que não adultos? Há muitos adultos que precisam de
alguma orientação; há muitos que não tiveram oportunidade de educar-se quando
crianças ou jovens, e que podem fazê-lo agora.
Nós, cristãos, tivemos o mestre dos
Mestres, como Jesus é considerado: é o guia dos cristãos, a base do
cristianismo, a nossa viga-mestra. É
quem nos orienta, nos guia; por isto, também, a figura de Jesus ser a da luz
para os caminhos: se caminharmos em um lugar escuro e surgir uma lâmpada, uma
lanterna ou uma vela, todos por ela se guiarão.
A luz é o conhecimento, a sabedoria, a fé, o poder que vem de Deus.
Nós, professores – embora aposentada,
sempre serei professora – se quisermos ser Mestres verdadeiros, devemos seguir
o exemplo do nosso Mestre: deixar que venham as crianças até nós para que
possamos auxiliá-las em seu desenvolvimento físico, psíquico, intelectual,
espiritual e moral. Devemos ter a
sabedoria que vem do Pai, a sua paciência, o seu amor; manter uma
característica que vem das crianças, que é a curiosidade, para nos atualizarmos
sempre, e ajudar a manter a curiosidade das crianças sempre acesa, pois é esta
que move o mundo. Sem curiosidade não
haveria ciência, cultura, lazer, nenhuma atividade seria feita, e estaríamos
ainda na idade da pedra.
Podemos fazer uma interpretação
diferente das palavras de Mateus: as crianças de que ele fala, não são só
literalmente crianças; se nós, adultos, mantivermos a alma como a das crianças
– na medida do possível, pura, sem malícias, sem preconceitos, na simplicidade,
aceitando o que vem do Pai, pedindo perdão de coração aberto, e nos
arrependendo de verdade, sendo humildes ou com corações puros, continuaremos
sendo as crianças que podem vir ao Pai e Ele nos receberá de braços abertos em
seu reino.
Numa
sociedade como a nossa, é muito difícil conseguirmos ser esta criança, bem como
ser próximos do que é ou foi o Mestre Jesus. Já naquele tempo não eram todos
que aceitavam as idéias, a sabedoria, a forma de atuar do grande Mestre.
Para os que atuam hoje no magistério é
mais difícil ainda. Embora a situação
seja diversa, ensinar hoje é muito complicado.
Escutei esta semana no noticiário da TV
uma reportagem na qual informam que estão sobrando vagas nos diversos cursos de
licenciaturas, que são os cursos que autorizam as pessoas a lecionar. Ninguém mais quer fazer cursos que resultem
em magistério; ninguém mais quer ser professor ou professora. Muitas faculdades já fecharam seus cursos.
Se a sociedade – QUE SOMOS NÓS- não se
mobilizar, não vai demorar muito tempo e nossos filhos e netos não terão mais
seus mestres. A profissão foi
literalmente abandonada pelos responsáveis diretos – pela nossa Constituição
Federal: Prefeitos, Governadores e Presidenta da República, participantes dos 3
níveis do Poder Executivo – que ninguém mais, das novas gerações, se interessa
em ser professor ou professora. Alguns
poucos sonhadores devotos, que têm muito alto o dom do magistério, ainda fazem
os cursos, seja o secundário normal ou os superiores. A maioria dos estudantes, ao fazer
vestibular, escolhe outras profissões mais rentáveis e mais respeitadas.
No tempo de Jesus o ensinar era
gratuito; hoje é remunerado, mas muito mal, quase não sendo suficiente para a pessoa sobreviver e dar boas condições
de vida à família, numa sociedade em que não é a pessoa que produz que vai
consumir os produtos e tudo tem que ser comprado e pago.
Para podermos continuar mantendo estas
duas classes unidas – dos professores/mestres e das crianças - a sociedade, que SOMOS TODOS NÓS, deve fazer
um barulhão EXIGINDO dos que são eleitos pelos nossos votos a boa qualificação
dos Mestres, sua boa e suficiente remuneração, as condições necessárias a um
bom trabalho (prédios, escolas, bibliotecas, quadras para educação física, etc)
, e daí, sim, cobrar resultados visíveis do trabalho dos mestres. Com estas condições, todos os mestres serão
verdadeiros guias e bases para uma sociedade justa e igualitária.
Se continuarmos cada um na sua vidinha,
achando que quem tem que fazer algo são os outros, vai chegar um momento, e ele
não está longe, em que não haverá mais mestres; e as crianças terão que curtir
sua infância na ignorância, ou seus pais/responsáveis terão que providenciar,
eles mesmos, a instrução de seus filhos.
Nas escolas pública já ouvimos, há anos, que faltam professores desta ou
daquela disciplina. A continuar assim, faltarão mestres em todas.
Para encerrar, um dos provérbios que
casa bem nosso tema de hoje que são as crianças e os mestres, mas que também
serve para os pais, ao dar-lhes a educação familiar:
Provérbios, 22:6: “Educa a criança no caminho em que deve
andar, e ainda quando for velho não se desviará dele.”

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Non è solo vero, è verissimo!
ResponderExcluirSono d'accordo con tutto!