domingo, 13 de janeiro de 2013

Novas leituras.


 

 Entremeio às múltiplas atividades domésticas que venho desempenhando, aos cuidados com meus pais (junto com os irmãos, é claro!) e com meus familiares diretos, vou lendo meus livrinhos, que, afinal das contas, também sou filha de Deus e mereço um lazerzinho, além de garantir que meus neurônios não vão se apagar tão cedo (medo do alemão Alzheimer!).
Aqueles que me acompanham conhecem esta minha paixão.
Não vou encher suas paciências, entretanto, fazendo resenhas de todos os livros que li nos últimos tempos, vou apenas mencioná-los rapidamente.

Como detesto os atos e fatos politicamente corretos, li "Guia politicamente incorreto da América Latina", de Leandro Narloch e Duda Teixeira. Já havia lido do Narloch o Guia...do Brasil, conforme comentário feito há algum tempo. Este segue na mesma linha, mostrando-nos a outra versão da história e das diversas personagens ou "vultos históricos" da nossa América; vale a pena pelo desmascaramento.
"Guia politicamente incorreto da Filosofia - ensaio de ironia", de Luiz Felipe Pondé. Vejo-o com frequência, se não me engana minha memória, no Jornal da TV Educativa.  Gosto dele por não ser um filósofo tradicional, (pelo menos os que conheci há alguns anos, eram contra tudo e todos e o mundo estava errado - certos, só eles!) Gostei de sua escrita, linguagem acessível, muita ironia, conhecimento e comentários divertidos. Algumas citações necessárias:
 "Mas a sensibilidade democrática sofre quando se aponta a relação entre culto da igualdade e mediocridade. Essa questão toca fundo na natureza humana, que tende facilmente à inércia, a fim de garantir o cotidiano. Algo na natureza humana ama a mediocridade."
"Muçulmanos são lindos, índios são lindos, a África é linda, canibais são lindos, imigrantes ilegais são lindos, enfim, todos os "outros" são lindos.  Uma das áreas mais amadas pela praga do politicamente correto é a chamada "ética do outro", ou seja, uma obrigação de acharmos que o "outro" é sempre legal. "Outro" aqui significa quase sempre outras culturas ou algo oposto a Igreja, Deus, heterossexual, capitalismo ou arrumar o quarto e lavar o banheiro todo dia".  E por aí vai.
Vale a pena leitura, pois o autor viaja dos socráticos aos pós-modernos, numa linguagem simples, sem ser simplista; mesmo para quem não curte filosofia, vai dar boas risadas de si mesmo e dos outros. Isto também é bom.
Nunca tinha lido o Marquês de Sade, mas sempre tive curiosidade.
Encontrei estes dias no mercado (obrigada, L&PM pocket!), "Os crimes do amor" do Marquês de Sade. Narra, para mim em contos, romances ocorridos em sua época (França, 1740-1814), com a cultura francesa da época, vestimentas, modo de pensar etc.  Pelo tanto que tenho lido de comentários dele, nem me assustei...vou procurar outros livros, para ver se é verdade o que já li de comentários sobre ele.
E para encerrar a dose de hoje, o gaúcho Moacyr Scliar, de quem sou fã de carteirinha, também em livro de bolso um que ele escreveu em 1979, "Os voluntários".  Narra a história de moradores da Rua Voluntários da Pátria, em Porto Alegre, famosa pela prostituição.  Um filho de moradores e lojistas da área tinha a fixação de conhecer Jerusalém, e é em torno deste fato que a história se desenrola.
Scliar todos nós conhecemos, gaúcho do Bonfim, membro da Academia Brasileira de Letras, médico sanitarista, publicado em várias línguas, nunca nos decepciona: um texto limpo, direto, às vezes cômico, às vezes trágico, sempre emocionante. Vale a pena.

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