segunda-feira, 27 de março de 2023

“A CASA DA PAIXÃO”, DE NÉLIDA PIÑON.

 


 



      Nós, os amantes da leitura, conhecemos Nélida Piñon. Conhecemos seu estilo, sua linguagem, sua forma de nos surpreender, de nos inquietar, de sentir que fomos tocados e mexidos pela sua literatura, pela alma da escritora. Impossível não ter algum tipo de reação, sentimento ou emoção ao ler seus livros.

       Há algum tempo mencionei aqui sobre o último livro dela que tinha lido nas férias que culminaram com o início da pandemia do covid-19; publiquei neste blog um comentário, dia 25 de fevereiro de 2020, sobre “Vozes do deserto”.  Ela é simplesmente fantástica, magnífica!

       “A casa da paixão” foi publicado em 1978, e eu o adquiri algum tempo depois; chega estar meio amarelado.  Li-o, e me lembrava que tinha ficado impressionada com a força, a coragem, a linguagem, os relatos, o vocabulário deste romance que descreve a iniciação amorosa e sexual da personagem principal, Marta.  Mas não lembrava da história em si.

       Logo após o falecimento de Nélida, e os comentários acerca de suas obras, evidenciando este livro, procurei-o em minha pequena biblioteca e retomei a sua leitura. Impressionei-me novamente com a coragem de Nélida ao descrever minuciosamente os sentimentos, as sensações, o ardor, o desejo, o fogo, a paixão, e a plenitude de Marta no anseio de conhecer biblicamente seu homem. E a primeira relação sexual.  É fantástico se levarmos em consideração que, em muitas obras literárias em todos os tempos, quem descrevia as emoções e sensações femininas eram escritores, do ponto de vista masculino.  

    Nélida foi uma desbravadora, neste sentido. Tem que ser muito mulher para isto.  Mulher à mais alta potência.

 

PIÑON, NÉLIDA. A casa da paixão, 3ª edição, RJ, Record, 1978, 120p.

 

 

 

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