segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Viajando pela Região Sul do Brasil: o desperdício salta aos olhos.

     Estive ausente desde o dia 12 de julho; era o início das férias de inverno de minha filha.  Entretanto, não só por ela estar em férias "descemos" para o Rio Grande do Sul: meu pai, de 83 anos, havia caído, em casa, em virtude de uma tontura, quebrado duas vértebras e estava no hospital.  Ansiosa e temerosa, arrumei apressadamente as malas e nos tocamos, na tarde mesmo do dia 12, rumo ao 'sul maravilha', como eu chamo.

      Porém, nossa viagem, que em sua parte inicial deveria durar de 3 a 4 horas,  durou 5 e meia, mais ou menos.  E todos nós, brasileiros, sabemos os motivos, que saltam aos nossos olhos, e nos agridem no noticiário televisivo/escrito: a buraqueira nas estradas.  São panelas, frigideiras, panelões, quando não banheiras, os buracos nas estradas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.  Para chegarmos ao nosso destino, andamos, normalmente, em torno de 1500km.
  Por causa dos buracos, encontramos três acidentes neste trajeto de ida, mais duas batidas leves: dois carros de passeio, não digo de pernas pra cima, mas de rodas pra cima; um caminhão idem, e dois carros de passeio batidos.  A gente vai desviando dos buracos, saindo de uns e caindo em outros; às vezes, somente na pista contrária não há buracos, e o risco é muito maior.
     Bem a propósito, está acontecendo nos altos escalões de Brasília, o escândalo do DNIT - Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes. A roubalheira é grande, e não só nos altos escalões.  Por isto não sobra dinheiro para fazer estradas decentes com os impostos que nós pagamos, nem para repará-las adequadamente quando prejudicadas pela chuva e pelo movimento intenso e incessante de caminhões de carga, outro erro das políticas brasileiras no último século.
     O incentivo à indústria de caminhões, a construção de estradas em quantidade insuficiente para o escoamento de safras e de todo tipo de produto industrializado, a não utilização do transporte ferroviário e aquático, num país cheio de rios e de dimensões continentais, é uma burrice deslavada que vem desde o século XX.  Sabe-se que as estradas de ferro existentes no país - se estiver errada, me corrijam, e me indiquem a verdade - foram construídas ainda no tempo do Império; posteriormente, foram desativadas e sucateadas.  Acabaram com o transporte ferroviário de passageiros, e pouca carga é transportada por este meio, e pelo que se sabe,  por empresas privadas. Este meio de transporte aliviaria as estradas, tirando os caminhões das mesmas, estes que são os maiores causadores de acidentes por estas vias de locomoção.  E por que não utilizar os meios aquáticos?  Tanto rio no Brasil, o incentivo deste meio de transporte também tiraria das estradas os caminhões; daí dirão: os caminhoneiros ficarão desempregados.  Não, pois os outros meios de transporte exigirão esta mão de obra especializada, em uma forma mais segura de transporte.
     Além dos buracos, atrasa a viagem de quem precisa se locomover por este Brasilzão, os consertadores de estradas, os tais pare/siga: assim como estão tapando os buracos, já estão liberando as pistas, não dando tempo do asfalto secar; além de não durar o conserto, há desperídico de material, e de grudar na pintura do carro, o que a estraga.  Perdemos por todos os lados possíveis: refazer eternamente o conserto das estradas, malfeitos; pagar eternamente pelo material utilizado, que não dura pois não conserva a estrada, e a pintura do veículo.  Ando cansada de pagar tanto imposto e não receber a devida contrapartida.  Quando teremos um governo decente, com funcionários honestos e serviços condizentes com a carga tributária que pagamos?

  
E ainda pensam em Copa do mundo; se nem o feijão-com-arroz não conseguem fazer, que dirá algo de tamanho porte?  Tenho vergonha do Brasil!

2 comentários:

  1. Concordo em gênero, número e grau.

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  2. o negocio è que o brasil (com b minusculo mesmo) tem muita coisa com as montadoras de carros e caminhoes que nao è bem explicado.

    por isso quando eu ganhar no loteria vou mudar pra suècia

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